22 de junho de 2007

Medo de ter Medo

Caminho na rua relaxadamente até que repentinamente um súbito medo de caminhar namesma rua me assombra e povoa a alma e o pensamento. Não consigo mais andartranquilamente. Sombras vazias perseguem-me e assustam nesta rua vazia cheia de movimento.Continuo o meu caminho porém sem nunca olhar para trás, sem nunca mostrar que o que atrás demim, ainda que nada seja, me atormenta e aterroriza profundamente.O batimento cardíaco acelera desvairadamente e já não consigo controlar a adrenalinaque é ter medo de algo que não sabemos o que é e que nos recusamos saber porque não temoscoragem de olhar para trás para enfrentar qualquer tipo de realidade.Todo este sentimento de medo não se apoderou do meu corpo e sim da minha mente, porisso tenho medo, porque o estímulo que o meu pensamento emana para todo o meu corpo é defalta de conforto com o que nos rodeia porque há algo que está a acontecer de forma errada oude maneira diferente e vem assim quebrar uma rotina repetitiva e equilibrada.

Existência do Ser

Existimos porque vivemos e acabamos com a nossa existência porque vivemos.Viver...demais ou não... Bem ou mal... Tudo se dissipa... Tudo permanece igual!Queremos ser pessoas que nunca fomos e nunca seremos e idealizamos que somospessoas que na verdade não somos. Que somos nós na verdade, seres humanos, mais do que umfruto das nossas ilusões e mais recônditas aspirações de tudo aquilo que pensamos ser e nãosomos.Será que os outros nos encaram como realmente somos ou será que nos somos aquilo quequeremos transparecer ser, aquilo que queremos que os outros pensem que nós somos?Somos uma verdadeira ilusão para nós mesmos... Sombras que vagueiam na realidadeuma aparência que nada lhes diz, uma alma que não lhes pertence, uma vida que não condiz...Que pretende o ser humano demonstrar ao ser aquilo que quer ser e não aquilo que é?Será que fugimos de uma realidade da qual temos medo ou vergonha? Ou será que temosvergonha de nós mesmos... do nosso verdadeiro Eu e por isso fingimos ser múltiplos num só corpoe sermos nós mesmos apenas em sonhos e ilusões.O materialismo da realidade circundante ofusca a sinceridade da vida e a simplicidade epureza inocente da fonte branca de onde nossa sinceridade pessoal emana toda uma verdade etoda uma veracidade que se torna imperceptível de ver e distinguir num mundo material cheio deruído e almas cinzentas que se vestem de branco para encobrir a escuridão que nelas habita.