Incessantemente procedemos de forma errónea.
Falhamos propositadamente e pecamos. Somos seres humanos que fazemos da vida um triste pecado constante. Vivemos aceleradamente da excêntrica e eléctrica vontade de ter tudo o que se deseja ter. Queremos ser invencíveis e imortais num Mundo de cadáveres cadavéricos perdedores de vontade de ser alguém.
O corpo move-se não derivado a um sentimento ou dever.
A vontade move o Mundo. A ganância move a vontade. A avareza cria a ganância e... onde se encontram os singelos desejos de sonhar com a possibilidade de ser feliz, ainda que por um dia... uma hora... um segundo... um instante.
O que é ser feliz, na verdade?
Engano-me pensando que ainda existem pessoas que pensam de forma semelhante à minha, que sentem tal como eu sinto e que anseiam apenas, todos os dias, por um perdão...
Perdão porque também eu tenho ansiosas vontades materialmente viciantes de ter.
Perdão por ter de ser outro alguém para, assim, não me magoarem.
Perdão por ter de me esconder bem atrás destas letras simples que serenamente desenham palavras irmanadas de sentidos.
Já ninguém pede perdão porque já ninguém se preocupa com ninguém.
Cada um é um só.
Não há nada para perdoar.
Ainda assim, anseio todos os dias pelo meu perdão.
Anseio-o porque acredito que há mais que apenas um só.
Acredito porque acreditar é ser diferente num Mundo de iguais. É ser feliz ainda que por efémeros momentos efémeros. É chorar de alegria porque alguém reparou que estávamos bem ali... É ver e sentir todos os que estão longe da visão e não esquecê-los. É saber não esquecer quem somos e lutar por nunca o deixar de fazer.
Acreditar é saber esperar pelo momento...
E perguntas, tu, leitor Que Momento?
O momento de ser, não pelos outros mas por nós... por ti.
Eu acredito.
E peço perdão.