15 de janeiro de 2007

Significado da Escrita

Uma melodia suave, delicada e profunda eleva-me mais uma vez para esta minha necessidade de escrever. Escrever… não sei bem para quem. Talvez para mim? Ou talvez para ninguém. Esta necessidade de escrever surge porque sim, porque não a sei explicar… simplesmente a sinto e sinto-a de tal forma que escrever é como que um vício ao qual não consigo resistir. È uma necessidade que se iguala ao viver e ao sobreviver. Necessidade de pensar palavras, construir ideias e transparecer sentimentos de dor e de tristeza ou simplesmente de solidão. Não posso, ainda assim, me definir como uma pessoa triste e só. Sou apenas uma mente que pensa demais, um coração que sente demais um qualquer sentimento e tem necessidade de o mostrar. A quem? A todos e a ninguém. Na verdade, isto tudo não passa de uma satisfação pessoal em que não tenho de provar nada a ninguém e, apenas, simplesmente saciar um desejo que é escrever.

Mas escrever o quê?... escrever aquilo que uma força interior desconhecida me pede para escrever ainda que sejam palavras banais, ainda que sejam pensamentos sem sentido, ainda que sejam palavras soltas, ainda que tudo não passe de um simples desabafo… Escrevo porque sim! Porque a escrita é a minha vida e quando não escrevo, vivo atormentada por não o conseguir fazer… há uma escuridão interior que não me deixa visualizar as minhas mais profundas entranhas… que me gelam as mãos e me impedem de escrever. Então surge o silêncio, a escuridão… observo imagens recortadas nas paredes frias do meu pensamento, junto recortes de letras e construo palavras, mas está escuro e não consigo ler tudo o que desenhei…

Então sento-me no chão. Junto as pernas dobradas e encosto-as ao peito, unindo ambos com os meus braços e, baixando a cabeça resignada, fecho os olhos na ânsia de conseguir alcançar um feixe luz, uma imagem ainda que a preto e branco… tento encontrar a vida.

Contudo, a escuridão agora não só é interior como também exterior… já não consigo ver nada mais do que somente a escuridão, o vazio, o silêncio… então é aí que encontro o nada. Nada vejo, nada sinto e nada penso. Despida de ideias e pensamentos resigno-me a este meu estado de aniquilação. Fecho os olhos outra vez mas, desta vez, para esquecer tudo e assim sou arrebatada por um estado de sonolência que me salva deste profundo descontentamento que é não saber o que escrever quando se tem mais do que demais para dizer.

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