24 de fevereiro de 2008

Mataram-me a vontade de perdoar quando ainda a estava a aprender.

Quero tanto chorar...

Não porque me sinta triste mas porque me sinto vazia...

Há momentos, pessoas, situações que me fazem pensar que não sou uma boa pessoa, que tenho de melhorar. Pensava que fazia tudo da melhor maneira mas hoje acordei com a sensação que só tenho pecados... que tenho uma alma escura povoada de fantasmas e um coração que bate acelerado só porque estou a verificar aquilo que realmente sou.

Tenho as minhas vontades forradas de fantasmas que não me deixam seguir em frente, teias de passados que me impedem de arriscar e de ser quem realmente sou. Vivo atrofiada pelas limitações impostas pela vida e padeço da falta de liberdade de esvoaçar no largo e vasto céu da minha coragem escondida.

Não consigo chorar...

Não me é permitido chorar... Chorar resulta em questões indignadas que anseiam por uma resposta...

Não quero responder, só chorar.

Quero libertar meus rios escuros de angústia, purificar a minha alma com a água da fonte da vida, quero despir-me de mim e voltar à origem do ser.

Quero purificar-me de mim, do eu mundano e do eu que habita em mim mas que não reside na origem do meu verdadeiro sentido existencial.

Não consigo...

A purificação implica o esquecimento de todo um Mundo do qual não me consigo despegar...

Eu quero purificar-me mas não sei já fazê-lo...

Não sei fazê-lo e tenho medo de o fazer...

Não sei se sou capaz de perdoar quem me sujou a inocência e a pureza de ser e acreditar em mim.

Não sei se consigo ser uma pessoa melhor...

Mataram-me a vontade de perdoar quando ainda a estava a aprender.

20 de fevereiro de 2008

Respirar Solidão

Intrusos são meus pensamentos

Na fria realidade incontornável

Ainda que desabafos

Da calçada eternos passos

São desenhos suaves de luz

De um olhar novo que reluz

São ilusão.


Intrusos no meu pensamento

São meus irresponsáveis sonhos

Sem dono são implacáveis

Duma realidade imaleável

São reais vivências

Reflexo das minhas intermitentes incongruências.


Intrusas são as Palavras

Incontrolável criação

Dos que anseiam descrever

Como se respira Solidão.

19 de fevereiro de 2008

Música que me vai na alma

Bem... pediram-me para escrever sobre 6 músicas que marcaram a minha vida... Escrever sobre música é um desafio ao qual nunca me tinha proposto mas uma vez que foste tu (my dear friend) que pediste vou esboçar o meu raciocínio para falar sobre a música que povoa toda a minha maneira de ser.

A minha vida da escrita, toda ela advém de uma música, de um som, de um timbre... não vou falar de músicas que me marcaram mas de músicas que me marcam ainda hoje... de musicalidades eternas na minha mente.

Sendo assim... começo...

Requiem for a Dream (Lux Aeterna) by Clint Mansel… ao mencionar esta música, aproveito para a ouvir mais uma vez e me deliciar ao som deste som esguio de um violino sofrido que grita em cada acorde, em cada compasso. Esta melodia retrata tudo aquilo que sou nos meus momentos de escura solidão, ou seja, uma sinfonia desajeitada que nos arrepia... é um conjunto de sons que me inunda e me faz querer estar horas e horas no escuro só a ouvir esta poderosa harmonia.

My Immortal by Evanescence... esta melodia só me deixa feliz... ainda que triste faz-me lembrar momentos de grande beleza e simplicidade... momentos de grande paixão e carinho... Ao som desta música abracei quem mais amo... alguém que ainda que sempre presente está longe dos meus olhos, das minhas mãos, do meu corpo mas nunca do meu coração... é bom lembrar todas as lembranças que esta música traz cada vez que toca...

Broken by Seether ft. Evanescence's Amy Lee... Não sei porquê mas gosto desta música porque me faz lembrar os tempos em que fazia o percurso para Aveiro, ao domingo à tarde, depois de me despedir da família para mais uma semana longe da família e bem perto dos amigos e da vida académica. Conduzia sempre ao som desta música, presenteada sempre com o belo do pôr-do-sol laranja avermelhado ou com a chuva doce de um dia triste de Inverno.

Que Deus by Boss AC feat Madredeus… ouçam a música… a letra diz tudo…

Os teus Olhos by Magna Tuna Cartola da Universidade de Aveiro (Cartola's band)… está será a musica que eternizará sempre a minha vida académica... lembrar das fabulosas serenatas à ria, envergar o traje em noites frias e lembrar de como cresci ao longo de 5 anos, relembrar amigos que nunca esquecerei...

Otherside by Red Hot Chilli Peppers… Red Hot a banda dos meus anos de Secundário, mais propriamente 12º ano... por aí...
esta música faz-me lembrar uma parte da minha vida na qual era feliz e não sabia... como é bom ser jovem, ter sonhos do tamanho do céu e amores platónicos nunca correspondidos mas sempre tão profundos e ardentes para quem ama... como era feliz...

Silêncio Mudo

Silêncio contagiante que afogas meu pensamento em imagens transparentes, arco-íris de ideias que não existem mas que querem ter uma forma de existência para poder viver num Mundo de transparências visíveis.
Silêncio que fazes de mim uma mente vazia.
Silêncio.
Sussurro quieto de um vento que embala meu olhar para Mundos perdidos nunca encontrados e incessantemente procurados por quem não sabe o que procurar.
Silêncio mudo que me dá vida e me faz nunca querer falar.

18 de fevereiro de 2008

Só sei que nada sei...

Um aglomerado de incertezas vadias, faz-me recuar nas minhas singelas vivências. Sinto que não estou a viver da forma correcta. Onde estou a falhar? Caminhos que percorro, ainda que inseguros, dão certezas pouco credíveis... não sei o que fazer para parar de caminhar e de percorrer este mesmo caminho que a nada me esta a levar. Não sei como me ajudar... será que preciso de ajuda, na verdade? Sei que não sei o que verdadeiramente sei que deveria saber mas que, na verdade, não sei...

1 de fevereiro de 2008

Pedaços de Nada...

Há em mim algo que se partiu... rios de escuridão percorrem minhas veias de agonia. Sinto-me a desvanecer em pequenos pedaços de nada... um conjunto de sentimentos exacerbados fazem-me desistir de me reconstruir... não consigo porque não quero... não consigo... não quero.

Meus olhos ardem porque não suportam, mais, impedir as lágrimas de percorrerem todo o meu ser... Arde-me o rosto porque as próprias lágrimas me queimam a pele que, rigidamente, as prende de se libertarem...