14 de abril de 2008

Procuro-te...

Atentamente, olhando a estrada sozinha de existências vivas, escura de memórias esquecidas nunca encontradas, procuro a tua presença, o teu calor, o teu ser...

Não te encontro.

Revejo-te de olhos fechados. Relembro como és. Quase te sinto na totalidade. Os teus olhos verdes acastanhados, o teu rosto sereno que reluz um eterno sorriso de sincera honestidade e paixão...

Não te encontro.

Abro os olhos na ânsia de te ver, realmente.

Não te encontro.

Continuo atenta ao percurso que executo a cada passo dado no frio e íngreme alcatrão suado e escuro mas povoado de almas antigas que também por lá já passaram à procura da sua alma perdida.

Não te encontro.

Porque não te vejo se te sinto como se estivesses aqui?

Porque é que, apesar de te sentir ardentemente presente no meu viver, sinto este vazio crescente transbordante, esta lacuna que me trespassa gelidamente e me impede de te ver...

Não te encontro.

Onde estás?

2 comentários:

macaw disse...

Liiiiindo! Lindo texto mesmo! Adorei a forma como estruturaste o texto com a questão frequente "não te encontro" entre cada pensamento.

bjinhos ;)

Madalena disse...

Obrigada... simplesmente deixo fluir o que o sinto e as minhas mãos tornam-se as asas das palavras que voam no meu pensamento :)